Em 28 de junho, o The Jewish News Service confirmou que os EUA pediram a Israel para trabalhar com a UNRWA para reabilitar Gaza.

No entanto, o aparente absurdo de uma sugestão de que Israel deveria trabalhar com a UNRWA para reabilitar Gaza desafia os fatos locais; A UNRWA em Gaza foi totalmente dominada por uma organização terrorista – o Hamas.

Além disso, 82% da população de Gaza – 1,7 milhão de pessoas – moram atualmente em onze campos “temporários” da UNRWA, estabelecidos para refugiados da guerra de 1948.

Não há dúvida para ninguém de que os ataques que Israel sofreu de Gaza durante o mês de maio foram orquestrados pelo Hamas, uma afiliada da Irmandade Muçulmana, classificada pelos EUA, Canadá, Reino Unido, UE, Israel e Austrália como uma organização terrorista.

A conexão do Hamas com a UNRWA é óbvia e discreta.

Nos últimos 28 anos, Associação de Professores e União dos Trabalhadores da UNRWA foram controladas pelo Hamas.

O Parlamento Europeu, expressando sua preocupação com a crescente influência do Hamas, financiou um estudo sobre as eleições sindicais de 2009 da UNRWA. Nessas eleições, 90% dos votos para a Associação de Professores e União dos Trabalhadores da UNRWA foram para uma lista de candidatos do Hamas, colocando firmemente sob as mãos do Hamas a economia e as escolas da UNRWA em Gaza desde então.

Mais recentemente, após a guerra de onze dias entre Gaza e Israel, em maio de 2021, diversos fundos fluíram para a UNRWA e para a economia de Gaza através de várias nações ao redor do mundo, que esperavam amenizar a crise humanitária enfrentada pelo povo de Gaza, focando sua atenção na situação das crianças sob o fogo cruzado e a sua educação.

Tragicamente, o único programa em que o Hamas e a UNRWA trabalharam juntos durante os meses da primavera de 2021, foi um enorme acampamento de verão para treinamento militar. Neste campo, o Hamas recrutou 10.000 crianças (a partir de 9 anos) de escolas da UNRWA, para ensiná-las a disparar armas e foguetes na próxima rodada de combate.

Divulgação completa: O Centro Bedein de Pesquisa Política do Próximo Oriente enviou uma equipe de TV para filmar o acampamento militar de verão do Hamas para estudantes da UNRWA, para assim produzir um filme em três idiomas destinado aos parlamentos dos três principais países doadores da UNRWA: Alemanha, Reino Unido e Suécia.

 

Por que haverá uma próxima rodada? O propósito abertamente declarado da educação da UNRWA – cujos livros escolares são publicados pela Organização para a Libertação da Palestina – permanece: “o direito ao retorno” pela força das armas às aldeias árabes que existiam antes de 1948.

Uma agência da ONU não precisa se comportar dessa maneira. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR – ajudou com sucesso dezenas de milhões de refugiados em todo o mundo a reabilitar suas vidas. A UNRWA poderia ser convertida em uma agência normativa das Nações Unidas caso se concentrasse na construção de uma vida melhor para o povo de Gaza.

Como a UNRWA em Gaza foi cooptada por organizações terroristas, os palestinos sob os cuidados da UNRWA são condenados a uma vida de refugiados para sempre, criando uma quarta geração em frustração por não poderem retornar às aldeias que existiam antes de 1948.

Graças ao governo do Hamas e à influência da Organização para a Libertação da Palestina, as nações que desejam estender a mão ao povo de Gaza, devem contornar a política atual da UNRWA, que permite que grupos terroristas que dominam os habitantes de Gaza os  induzam a acreditar que eles podem construir suas vidas com base em um objetivo que nunca pode ser alcançado.

O que pode ser feito para garantir que os fundos das nações doadoras da UNRWA ajudem de fato o povo de Gaza?

Trouxemos nossa equipe de especialistas da UNRWA para levantar esta preocupação em seis ocasiões diferentes, com a participação da equipe do secretário-geral da ONU, António Guterres.

A resposta comunicada seis vezes pelo Secretário-Geral da ONU, Guterres: “Trabalhe com as nações doadoras da UNRWA – elas têm total responsabilidade .

Escrevendo como um profissional de assistência social, chegou a hora de as nações doadoras da UNRWA promoverem um sistema de assistência social profissional baseado na avaliação das necessidades, educação para a paz e reabilitação para o povo de Gaza, em vez de forçar os habitantes de Gaza a suportar mais uma geração condenada a ser  “refugiados para sempre”, que nada mais é do que uma receita para a indignidade, a frustração e a violência.

Como um primeiro passo na direção certa, o presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu uma declaração política em 11 de junho de 2021, para determinar novas políticas dos EUA que condicionam a ajuda dos EUA à UNRWA em uma reforma e no fim do incitamento.

Nas palavras do Rabino Abraham Cooper, Reitor Associado do Simon Wiesenthal Center, “O fato de o Secretário de Estado Blinken ser obrigado a relatar aos Comitês do Congresso dos EUA – antes da liberação de fundos para a agência da ONU – que a UNRWA está ‘assumindo passos para garantir que o conteúdo de todos os materiais educacionais atualmente ensinados em escolas e acampamentos de verão administrados pela UNRWA seja consistente com os valores de direitos humanos, dignidade e tolerância e não induza a incitação. “Como já demonstrado na meticulosa e exaustiva pesquisa das políticas e currículos da UNRWA, pelo historiador Dr. Arnon Gross, e o defensor de longa data, David Bedein, a educação da UNWRA – longe de ser uma defensora da paz – não reconhece o Estado de Israel e exalta os terroristas palestinos que assassinam diversos israelenses. Tudo se resume a isso: as crianças são ensinadas a odiar, e a UNRWA, por décadas e até hoje é parte do problema, não parte da solução. Os EUA se comprometeram a forçá-los a mudar de rumo ”.

 

O Autor é diretor do Centro Bedein para Pesquisas Políticas do Próximo Oriente, e pode ser contatado através do email ctrforneareastpolicyresearch@gmail.com

The Jerusalem Report 26 de julho de 2021

Tradução: Fábio Schuchmann

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David Bedein
David Bedein is an MSW community organizer and an investigative journalist.   In 1987, Bedein established the Israel Resource News Agency at Beit Agron to accompany foreign journalists in their coverage of Israel, to balance the media lobbies established by the PLO and their allies.   Mr. Bedein has reported for news outlets such as CNN Radio, Makor Rishon, Philadelphia Inquirer, Los Angeles Times, BBC and The Jerusalem Post, For four years, Mr. Bedein acted as the Middle East correspondent for The Philadelphia Bulletin, writing 1,062 articles until the newspaper ceased operation in 2010. Bedein has covered breaking Middle East negotiations in Oslo, Ottawa, Shepherdstown, The Wye Plantation, Annapolis, Geneva, Nicosia, Washington, D.C., London, Bonn, and Vienna. Bedein has overseen investigative studies of the Palestinian Authority, the Expulsion Process from Gush Katif and Samaria, The Peres Center for Peace, Peace Now, The International Center for Economic Cooperation of Yossi Beilin, the ISM, Adalah, and the New Israel Fund.   Since 2005, Bedein has also served as Director of the Center for Near East Policy Research.   A focus of the center's investigations is The United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East (UNRWA). In that context, Bedein authored Roadblock to Peace: How the UN Perpetuates the Arab-Israeli Conflict - UNRWA Policies Reconsidered, which caps Bedein's 28 years of investigations of UNRWA. The Center for Near East Policy Research has been instrumental in reaching elected officials, decision makers and journalists, commissioning studies, reports, news stories and films. In 2009, the center began decided to produce short movies, in addition to monographs, to film every aspect of UNRWA education in a clear and cogent fashion.   The center has so far produced seven short documentary pieces n UNRWA which have received international acclaim and recognition, showing how which UNRWA promotes anti-Semitism and incitement to violence in their education'   In sum, Bedein has pioneered The UNRWA Reform Initiative, a strategy which calls for donor nations to insist on reasonable reforms of UNRWA. Bedein and his team of experts provide timely briefings to members to legislative bodies world wide, bringing the results of his investigations to donor nations, while demanding reforms based on transparency, refugee resettlement and the demand that terrorists be removed from the UNRWA schools and UNRWA payroll.   Bedein's work can be found at: www.IsraelBehindTheNews.com and www.cfnepr.com. A new site,unrwa-monitor.com, will be launched very soon.